sábado, 27 de março de 2010

Ponte quase incorporou o Juventus, no fim da década de 1940

Em 1949, faltou muito pouco para a Ponte Preta se fundir com o Juventus, adversário de amanhã, pela 7ª rodada do Campeonato Paulista. O Moleque Travesso atravessou uma séria crise financeira, agravada com a saída do conde Adriano Crespi, e a Macaca queria a todo custo um lugar na elite do futebol estadual. O motivo foi que o rival Guarani se transformar no segundo clube do Interior a chegar ao campeonato principal depois de vencer a Segunda Divisão de 1949. Foi um ano de tentativas frustradas para unir forças com outro time e "subir" para o Paulistão. Em meados de 1949, a Macaca chegou a fazer uma proposta para assumir a vaga do Comercial, também da Capital, que acabaria extinto pouco depois (1959). Não houve acordo.
Também pudera. O presidente da Ponte na época, Ayrton José Couto, propôs ao Comercial apenas o cargo de 3º vice-presidente, uma alteração nas cores do uniforme que incluiria um círculo vermelho em torno do distintivo e a mudança do nome do Estádio Majestoso para Estádio Comercial. Em troca, a Macaca ainda assumiria a folha de pagamento e todos os contratos dos jogadores comercialinos. A união só não se confirmou porque o Conselho Deliberativo do time paulistano recusou a proposta, em março de 1949. A investida sobre o Juventus foi noticiada em dezembro de 1949. A Ponte ficou sabendo do suposto interesse do clube da Mooca de abandonar o futebol profissional e iniciou os contatos para a fusão. A Macaca assumiria os salários dos atletas e funcionários do Juventus, mas manteria suas cores, seu nome e a sede permaneceria em Campinas. Em suma, seria a incorporação do clube que se livraria das dívidas, mas seria extinto.
Historiador da Macaca, José Moraes dos Santos Neto diz que as fusões nunca foram boas para a Ponte. "A união com a Associação Atlética Campinas em 1927 foi vitoriosa até 1928, para depois quase levar o clube à extinção", conta. "Tenho uma opinião clara sobre o assunto porque, além do irreversível processo de descaracterização, muitas vezes a fusão não acrescenta nada, apenas crises posteriores. Uma fusão pressupõe que nenhum dos dois clubes teve capacidade de gestão", opina o estudioso. A Ponte também vivia um momento conturbado internamente. O presidente Ayrton foi eleito em março de 1949, mas só assumiu, em agosto. Em março de 1950, ele pediu renúncia e foi substituído por Marinho Ferreira Jorge. Em outubro do mesmo ano, Jorge saiu e Olímpio Dias Porto se transformou no terceiro presidente em menos de um ano.